Esta fotografia (de João Francisco Vilhena) foi capa da revista Ler quando publicámos uma entrevista (de João Paulo Cotrim) com Luiz Pacheco. Morreu há pouco, no Montijo. Deixa atrás de si um rasto de livros, de pequena glória, de literatura, de amizades e de fugas; mas não de morte. Editor (de Vergílio Ferreira, Cesariny, Herberto, Natália Correia, António Maria Lisboa) que poderia ter sido mais, autor (de Comunidade, de O Teodolito, de Literatura Comestível, de O Libertino Passeia por Braga, a Idolátrica, o Seu Esplendor, de Textos de Guerrilha, de Memorando, Mirabolando, de Exercícios de Estilo, de Diário Remendado 1971-1975) leitor minucioso e cruel, voz incómoda, Pacheco viveu miseravelmente a maior parte da sua vida. Não o lamentemos por isso; viveu como quis, sem hipotecar-se. Viveu em liberdade.
conheci-o. era terrível, apesar dos nos deixar a todos incomodados dizia verdades, ninguém quis saber dele, morreu e viveu na mais completa miséria, acho isso uma vergonha para todos.
Viveu na miséria e viveu livre. Distingue-se dos premiados da nossa praça literária, dos que publicam livros que vendem, porque não bajulou, porque não quis ser igual aos outros,
Não acabou o curso, porque não bajulou, porque não casou com a prof, porque não se rendeu.
Que sirva de modelo aos nossos escritores de hoje, que querem ser famosos à força de venderem as suas capacidades a políticos, a jornais ou à fama.
Estive a ver o documentário deste escritor.É duro,muito duro. Apercebi-me da sua rectidão,da honestidade. Os homens quando são grandes,fico-lhes agradecida.Obrigado Luís Pacheco.