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Livrarias, tops e etc.

por FJV, em 01.01.08
Aproveito o final da manhã para percorrer os sites das livrarias portuguesas e recordo uma conversa antiga com o responsável de uma delas a propósito dos tops. É mesmo verdadeiro esse top? «Mais ou menos.» Ou seja: «Bom, se o livro não está no top também não se vende, não é?» Trata-se de uma coexistência perversa, mas admitida, entre o top verdadeiro e o top fabricado para o pequeno star system livreiro português.
Quando, na década de oitenta, comecei a trabalhar em informação editorial achava graça aos tops da Bookseller inglesa, por exemplo, que distinguia entre novidades e best sellers; por isso era tão normal que entre as novidades o topo fosse ocupado por, digamos, Robert Ludlum ou Anne Rice ou Tom Clancy; e o best seller absoluto fosse o dicionário Oxford.
Ah, estou a dizer que os tops não são fiáveis? Não totalmente, porque «somos gente de fé». Estou a dizer que é estranha a coincidência da dança de vencedores em algumas tabelas de vendas. Por exemplo, não desconfio nada deste; mas há razões para desconfiar do top da Byblos, que no dia da inauguração já tinha, no seu site, um top muito semelhante ao da Fnac, da Bulhosa e da Bertrand.
Como é possível que, nos tops nacionais de vendas não exista nunca uma referência ao Diário de Anne Frank, a Torga, Eça, Pessoa ou Gil Vicente, por exemplo, que os estudantes do 10º, 11º e 12º costumam comprar? Façam as contas. Sobre a nudez forte da verdade – o manto diáfano da fantasia.

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2 comentários

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De GR a 01.01.2008 às 23:04

O meio escolar, de facto, está completamente contaminado pela praga das fotocópias. Poucos estudantes adquirem os livros adoptados ou recomendados. As fotocópias são mais baratas e, ao que parece, mais práticas. Na verdade, em certos casos, ao nível do ensino universitário, o recurso á máquina fotocopiadora é a única solução, mas nos restantes graus de ensino essa problemática não se coloca.
Actualmente, a maioria das casas de fotocópias recusa efectuar cópias integrais de livros. No entanto, nas instituições escolares, ao que parece, não se emprega tal restrição.
Na apreciação desta problemática, pelo menos à primeira vista, também poderia fazer algum sentido equacionar o caso dos livros que se dedicam ao resumo e análise literária das obras objecto de estudo. Porém, rapidamente conclui que tal consideração era completamente desprovida de fundamento. Pois, se tal não fora, estes pequenos livros milagreiros figurariam nos tops em substituição das obras originais.
Bom, na verdade, e no que se refere aos tops de vendas, nada disto é de pasmar. Afinal, para que servem os tops?

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