





Período ideal para romarias galegas, com o frio, a neve lá em cima, e o apetite como de costume. Depois do castelo de Monterrey e das duas livrarias de Verín, mais uma loja confortável, fui em visita ao velho Mesón da Chispa (agora Bar do Jamón) com um dos meus filhos, entregar-lhe o testemunho. Vinho de «nota cinco», um branco de Monterrey perfeito, enquanto líamos a
Marca, a
Voz de Galicia e o cardápio, que não mudou quase nada nos últimos vinte e cinco anos. Pão fantástico, ainda a queixar-se do fogo. O vinho servido, a copo (dois, no caso); justamente, num copo bonito e elegante (trata-se de uma
taberna galega). Depois,
empanadas feitas no forno esta tarde.
Pulpo de feira a seguir: no pratinho, de madeira, só água da cozedura, sal, azeite (caseiro) e um tantinho de colorau. A fechar, os
calamares de Corcubión, apenas passados por farinha, e um pouco de salada ao lado. Café no final. Comíamos perto da lareira (naquela parede havia, há vinte anos, fotografias de todo o plantel do Real Madrid e um recorte de um artigo de D. Alvaro Cunqueiro sobre os
pinchos locais e a forma de temperar as carnes). Perguntei se podia fumar. O Luis, dono do
mesón, apontou-me o cinzeiro e o aviso onde se lia «en este establecimiento se permite fumar». A factura total foi de 12,60€. Às vezes sou galego. Espanhol. Às vezes somos de um lugar onde nos sentimos bem.