||| Código Da Vinci. [Actualizado]Fizeram uma grande festa porque Umberto Eco recusa encontrar-se com Dan Brown (foi o próprio Eco que contou que teve um convite para se encontrar com Brown em Vinci (na Toscana). «Nem morto. Irei a Vinci quando lá estiver um verdadeiro escritor», disse ele ao
La Repubblica. Para Eco, Brown é «um intriguista que propaga informações falsas e enriquece com material de embuste». Olha a novidade. Não percebo é por que isso é apresentado com uma grande notícia. José Saramago recusa encontrar-se com Danielle Steel. Tom Wolfe recusa encontrar-se com Cristina Caras-Lindas. Coisas destas. Sim, é bom que se avisem
as pessoas mais sensíveis (sobre «os perigos» do
Código...), mas todos eles estão a ajudar muito Brown e o filme e os códigos todos. Um cardeal romano pediu, através da Rádio Vaticano, que as pessoas não lessem nem comprassem o livro. O
presidente do Conselho Pontifício para a cultura disse (ah, a descoberta!) que o
Código «misturava ficção e realidade». A associação americana para a Defesa da Família elaborou um conjunto de regras para «o manifestante correcto anti-
Código». Até a igreja católica da China apareceu a pedir a proibição do filme (pedir
a proibição de qualquer coisa na China -- não parece um paradoxo?). Claro que não tem sentido Eco encontrar-se com Brown; se isso acontecesse, estaria a associar
O Pêndulo de Foucault ao
Código. Mas tem algum sentido uma pessoa ir, digamos, a Toledo ou a Bragança encontrar-se com uma pessoa que não tem interesse em conhecer? Qual a novidade disso?
[Artigo
no JN.]