Lembro-me de há muitos anos o António Mega Ferreira ter escrito que o que mais o tinha motivado para o gosto pela leitura tinha sido o tédio! Sim, o tédio das longas férias sem ter nada com que se entreter. Eu pertenço a essa geração: foi o tédio que encaminhou a minha mão para o livro que me deslumbrou para a literatura: O Retrato de Dorian Gray. E depois? Bom, nada, o seu artigo e a sua reflexão sobre a "virtude cívica" é que me fizeram recordar isto, não sei sequer se haverá aqui alguma moral a tirar.