Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]



...

por FJV, em 12.04.06

||| Fumar, não fumar.
Estranho alguns protestos sobre a lei do tabaco; quanto ao desejo de controle sobre as nossas vidas, já estava tudo escrito antes: eles querem cuidar de nós. O projecto não me parece desproporcionado, no conjunto. Apenas idiota em alguns pontos essenciais, como a política em relação aos restaurantes e discotecas -- neste campo, aliás, é um espelho da moda legislativa portuguesa: eles gostavam de ter outra realidade, sobre a qual fazem leis, independentemente de serem ou não adequadas.
O que a lei está é a provocar uma moda de notícias, que caem em avalanche nas televisões, sobre os malefícios do tabaco. Temos tido oportunidade de ouvir textos «jornalísticos» de uma moralidade inquietante e escandalizada, tipo tia velha confrontada com os horrores do mundo. No jornalismo português não há moralismo que não tenha fiéis seguidores. Há uma vasta legião de mini-evangelizadores disponíveis para nos educar enquanto faz notícias. Protejam-se.

Autoria e outros dados (tags, etc)


6 comentários

Sem imagem de perfil

De A. Tlön a 12.04.2006 às 11:32

Francisco,

Concordo consigo em quase tudo no que concerne a não querer um Estado formatador daquilo que são os costumes da sociedade, julgador do que são os bons ou maus quotidianos, instituidor daquilo que é vício e daquilo que é virtude.

Mas no caso do tabaco (da mesma forma que no caso de veículos a acelerar a 100 km à hora dentro de uma povoação e da mesma forma que no caso do porte e uso desregrado de armas), parte da sociedade tem o direito a pedir que o Estado proteja a sua liberdade de frequentar o espaço público sem que sua saúde e a dos seus filhos seja colocada em risco (qualquer que seja a graduação desse risco) por outrém que esteja a exercer a sua liberdade de colocar a sua própria saúde e integridade em risco.

Parece-me que não é abusivo que eu peça ao Estado que, com bom senso, legisle no sentido de me permitir saber onde posso comer um bom bife sem ter que comer fumo por acompanhamento, assim como saber onde posso levar o meu filho com a certeza de que a determinada altura não será necessário sair à pressa porque o garoto está a sentir-se mal.

Um abraço azul e branco e cuidado com os sumaríssimos.

Comentar post




Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.