Só uma nota: eu nunca me importei que o editor brasileiro alterasse a ortografia dos meus livros. Não sou ortodoxo. Sou um traidor. Mas desde que outros autores apareceram nos jornais portugueses a dizer coisas como «eu nunca permiti que alterassem a ortografia dos meus livros no Brasil», sinto-me na obrigação de dizer o seguinte: não só eu não me importaria que o editor brasileiro propusesse algumas alterações à ortografia como, ainda por cima, o editor brasileiro exigiu que os livros saíssem sempre com ortografia do português de Portugal. Portanto, quando lerem aquelas declarações pomposas de autores a dizer que nem uma vírgula permitem que os brasileiros alterem nos seus livros, já sabem: é mentira. É só fita. Os editores não querem mesmo alterar.