||| Queixinhas.As rádios e as televisões encheram-se de declarações de protesto por causa de uma entrevista de Cavaco Silva ao
Jornal de Notícias. Não me admira, porque os cavalheiros não têm assunto para mais. Esta «frente comum» aproveitou meio parágrafo para ressuscitar «a ameaça do monstro» e para demonstrar como estão unidos e combativos. Não estão. Não combateram nada. Não avançaram uma ideia, um protesto, uma frase adversativa (Gomes Canotilho, que poderia falar sobre o assunto, limitou-se a generalizar sobre «estilos presidenciais»). Limitaram-se a uma «aparição especial», denunciando «indícios», oh coisa vergonhosa, para aparecerem no meio de uma campanha eleitoral fastidiosa e longa demais, na ressaca do Pai Natal. Mas, em vez de discutirem, de debaterem, de desaprovarem, de contrapor -- queixaram-se aos eleitores. São queixinhas. Não são para levar a sério.
PS - Bastaria uma vista de olhos aos discursos de Soares enquanto foi presidente, a algumas aparições de Sampaio, ou às ameaças de Alegre sobre dissolução do Parlamento, para desvalorizar as queixinhas.
Adenda: completamente de acordo
com João Gonçalves. Que ideia teria passado pela cabeça de Cavaco para vir meter-se em irrelevâncias?