||| Números.Ainda ninguém se riu da guerra de números sobre a
descida do desemprego. Só o Instituto de Emprego murmurou, baixinho, para não estragar a festa: «Há é menos inscritos nos centros de emprego...»
Comentário do Pedro Almeida Vieira: «A questão da taxa de desemprego apresentada pelo Governo é sempre uma ficção, embora apenas uma vez em cada década se possa avaliar o seu grau: na altura em que são apresentados os resultados dos Censos. Aí sim, estamos a falar de números verdadeiros (relativos a 100% da população). A título de exemplo, recordo-me que a taxa de desemprego apontada pelas amostragem do INE no primeiro trimestre de 2001 - altura em que se fez o último recenseamento da população - rondava então cerca de 4% da população activa. Contudo, os valores dos Censos indicaram cerca de 7% da população. Ou seja, quase o dobro... Estas discrepância devem-se sobretudo aos métodos de amostragem das estimativas apontadas trimestralmente pelo Governo, que são, obviamente, fáceis de manipular ao gosto do freguês...»