||| Não acredites neles. Sabe-se o que eles diziam (sirvo-me de um post
do J. V., no 31 da Armada). Os cavalheiros que mudaram de opinião sobre o referendo podiam aparecer, porreiro, pá, e dizer: «Sim, pensávamos isto, mas mudámos de opinião porque, porreiro, pá, a situação mudou e a democracia representativa basta, etc.».
Só que os cavalheiros não fazem nada disso. Os cavalheiros tergiversam. Os cavalheiros acham que os eleitores não leram, não ouviram, e, se leram e ouviram, sabem esquecer, a pedido. Assunto arrumado.
Agora, preciso é de saber
se é verdade que «Portugal perde o acesso por rotatividade à Presidência da União»; que «Portugal aceita que lhe sejam impostas decisões em domínios alargados por dupla maioria, mesmo que se oponha veementemente a elas»; e, finalmente, que «Portugal perde o direito automático a um comissário na Comissão Europeia». É evidente que tudo isto estava previsto. Mas precisamos de saber se é assim e se isso é bom ou mau. Os cavalheiros têm de o dizer, mesmo que todos saibamos que a importância de Portugal não deve ser sobrevalorizada. Só para sabermos se o Tratado é um tratado bom para todos, se é só bom para nós, se é mau para nós, se é uma capitulação ou, vá lá saber-se, porreiro, pá, se é apenas um cartaz turístico. Sem ressentimentos.
[FJV]