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A súmula de atropelos e mentiras dos últimos dias só tem interesse para quem esperava mais. Há aqui um padrão interessante neste processo: um ambiente de baderna e taberna, com rapazolas a mostrar a sua inabilidade adolescente, cheia de poder. Telefonemas irados, ordens dadas a meio de uma fúria, empurrões e polícia (as secretas!, ah, valentes!) – tudo muito macho, como uma disputa de matraquilhos. As raparigas muito obedientes e desautorizadas, sitiadas na casa de banho a queixarem-se ao telefone; o rapazola aos berros no avião, a ameaçar socos depois de ter sido apanhado numa esparrela. O chefe à distância, voz grossa, preparando a defesa ou o castigo. O conspirador, em tempos afastado por ser valentão, a aguardar pelo combate. Egos feridos depois de patifarias consumadas – é tudo tão pueril que se pode mentir; quem vai ligar a minudências? Este é um mundo de rapazolas que cresceram a pensar que tudo é deles e que o país deve reconhecer-lhes o génio macho que se exibe à vista de todos.
Da coluna diária do CM.
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