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Ontem foi o Dia Mundial do Livro – uma efeméride que junta o adeus a dois génios desaparecidos praticamente ao mesmo tempo, William Shakespeare (1564-1616) e Miguel Cervantes (1547-1616) – e, portanto, falou-se bastante do assunto. Foi festejado o “crescimento do mercado” em 16%, o que representa um bom sinal, ajudado pela chamada “literatura” juvenil e pela onda de “tik-tokers” e “ativistas literárias” que divulgam livros com ar festivo e colorido (parece que a coisa as torna melhores pessoas). Não se pode negar esse otimismo; basta lidar com números em abstracto. Há uma parte de mim que fica genuinamente satisfeita; a outra fica apreensiva, mas tento escondê-la por respeito a quem trabalha “no setor” (livreiros, editores, autores): no ano passado, o estudo da Gulbenkian mostrava que 61% dos portugueses não tinha lido um único livro nos últimos doze meses. No balanço, temos razões para estarmos felizes; o Chat GPT já escreve alguns desses livros e recebeu prémios para as melhores redações.
Da coluna diária do CM.
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