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O romance teve o seu tempo e o seu tempo não passou. O Buda dos Subúrbios, que é um livro de 1990, despertou – através de Karim, o personagem principal – para uma larga comunidade de pessoas invisíveis nos subúrbios de Londres. Depois, O Álbum Negro e, algures no tempo, Intimidade, a palavra fatal. Hanif Kureishi nasceu em Londres (1954) mas o nome não engana e tem raízes paquistanesas. Nos anos 90, o seu nome transportava o sinal de uma literatura feita por londrinos de outra tradição – como Salman Rushdie (nascido em Bombaim e adolescência já no Reino Unido), que tinha escrito Os Filhos da Meia-Noite e Versículos Satânicos, ou Kazuo Ishiguro (Nobel em 2017, autor de Os Despojos do Dia), que tendo nascido no Japão, viveu em Inglaterra desde os seis anos. Ou muitos outros. Em dezembro passado, depois de uma queda, Hanif Kureishi ficou impossibilitado de escrever e de se mover. Está a ditar o seu novo livro – fragmentos e reflexões – porque um escritor não consegue parar de escrever.
Da coluna diária do CM.
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