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A Associação de Bibliotecas e bibliotecários dos Estados Unidos da América revelou no mês passado que, em 2022, foram censurados mais de 1 200 livros nas estantes de escolas e bibliotecas públicas; ou foram retirados das instalações, porque o pecado se expande pelo contágio, como a gripe, ou foram escondidos lá atrás, onde se conservam os vírus. Tudo em nome do bem comum. A isto convém somar a crescente quantidade de correções, adaptações, perseguições, cancelamentos e censuras claras que a geração que agora está na idade da gritaria exerce sobre palavras, livros, filmes, pinturas ou conferências – tudo em nome de um bem maior – a bondade artificial e fictícia do ser humano. Uma nova forma de adolescência mimada e frágil, tão intolerante ao glúten como às ideias, ofendida com facilidade e sem mérito, tomou conta do espaço público. A antecedê-la, os mandarins do costume, que passaram uma vida inteira a destruir a ideia de convivência. Esta falsa virtude do mandarinato também vai acabar mal.
Da coluna diária do CM.
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