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O escritor Afonso Reis Cabral enviou os seus livros para uma editora americana que, simpaticamente, recusou publicá-los. Porque são maus? Não. Porque, nos EUA, o tema de O Meu Irmão (Prémio Leya), uma personagem que sofre de síndrome de Down, “é levado muito a sério pelos média americanos”e pode chocar as pessoas; e porque o tema de Pão de Açúcar (Prémio Saramago) é Gisberta, o que não pode acontecer porque um autor cisgénero e heterossexual não pode escrever sobre uma personagem transsexual. Não se trata de censura – um editor só publica o que entende; mas é o retrato em que se transformaram sociedades tomadas por maluquinhos de anedota, onde a literatura deixou de ser literatura e passou a ser uma forma de sacerdócio e campo de concentração, e se preferem maus livros obedientes à maluquice, em vez de desafios à criatividade e à humanidade. É provável que isto se agrave, porque a universidade apodreceu com esta gente. Só os autores podem desafiar esses maoistas de jardim de infância.
Da coluna diária do CM.
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