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Há livros e leitores cujo encontro desencadeia uma espécie de explosão. Isso acontece cada vez menos porque, com a idade e a necessidade de evitar desperdiçar o nosso tempo em coisas obtusas, selecionamos uma lista de cinquenta livros, talvez cem – e imaginamos que estes bastam para dar uma ordem ao mundo. Sendo um dos títulos mais influentes do século XX, Pedro Páramo, o pequeno romance do mexicano Juan Rulfo (1917-1986), está nessa lista, ao lado de textos de Borges, Shakespeare, Du Fu, Cervantes, Flaubert, Li Bai, Jane Austen, Vergílio ou Horácio. Fala da viagem de um homem para Comala, onde viveria ou teria vivido o seu pai; como sempre acontece, a tarefa leva-o a encontrar-se com os fantasmas do passado e, provavelmente, com as almas vivas desses fantasmas, o que é matéria prodigiosa. O livro de Juan Rulfo, agora reeditado (Cavalo de Ferro) com tradução de Rui Lagartinho e Sofia Castro Rodrigues, publicado em 1955, continua a libertar uma espécie de energia que une leitores especiais.
Da coluna diária do CM.
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