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Esquerda ou direita, incompetência ou enviesamento, parvoíce ou maldade? Nunca chegaremos a acordo. Mas recordo a cena de há uns tempos, quando um editor português não encontrou melhor forma de apresentar um livro sobre o movimento “woke” e os delírios universitários da extrema-esquerda do que incluir, na contracapa, a citação falsificada de um jornal sobre os “excessos da direita modernista”. Distração? Uma estranha visão do “mercado ideológico”? Piscar o olho a leitores distraídos? Seja como for, anteontem a RTP também resolveu inovar nesta matéria ao retransmitir as declarações do ministro francês do Interior sobre os desacatos locais; de cada vez que o cavalheiro mencionava a “extrema-esquerda” ou a “esquerda radical” como autores da bandalheira, a legendagem traduzia, por seu lado, como “extrema-direita” ou “ultradireita”. Eu não ergo um dedo mindinho para defender seja o que for de extrema-direita, mas gostava que houvesse mais seriedade na informação da televisão pública.
Da coluna diária do CM.
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