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Quando alguém ouviu a frase “oxalá vivas tempos interessantes” estava, de certeza, a referir-se ao primeiro quartel deste século. Uma nova forma de fascismo cultural está para durar nas nossas vidas; confunde, propositadamente, gene e escolha, liberdade e submissão, verdade e aparência, evidências e desejos. Tenho-me divertido com textos publicados na imprensa portuguesa por jornalistas “muito da moda”, com veneração pelas enormes potencialidades das máquinas geridas por algoritmos que escrevem romances, música de elevador, rótulos de manteiga, poemas de homenagem a Lula, resumos de romances escolares, canções parolas – mas sobretudo livros, que até agora podiam estar a salvo. E espero pelo momento em que todos sejam incinerados em conjunto. Martin Amis dizia que se pode ser rico, ou famoso, ou qualquer outra coisa sem se ter talento – mas que não se pode ser talentoso sem ter talento. Até estes dias, era necessário talento. Agora, só é necessário falar-se de “género” e ser-se tolo.
Da coluna diária do CM.
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