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Claro que já se esqueceram. Mas não convinha. Em janeiro de 2021, a identidade de vários cidadãos (portugueses e russos, principalmente) reunidos numa manifestação contra o regime de Moscovo foi partilhada pela Câmara de Lisboa (CML) com a embaixada russa. A prática não foi exclusiva desse executivo municipal mas mereceu finalmente ser divulgada e com toda a razão. Não havia motivo que justificasse essa atitude por parte da CML. Passados dois anos, em que pé estão as coisas? Neste: a Rússia invadiu a Ucrânia, a CML mudou de mãos e foi condenada a pagar um milhão de euros à Comissão Nacional de Proteção de Dados, que os arrecada com satisfação, entregando-os ao bolo do Tesouro (ou talvez disponha da maquia para despesas da casa). Ora, o que fez a CNPD para merecer um milhão de euros do município faltoso? Atuou passado um ano e depois de o caso ter vindo na imprensa. Os visados pela espionagem municipal não foram indemnizados nem protegidos; os seus dados já estão nas mãos da polícia russa.
Da coluna diária do CM.
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