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Roald Dahl é o autor de Charlie e a Fábrica de Chocolate, Charlie e o Grande Elevador de Vidro, As Bruxas, Mathilda ou as maravilhosas Histórias em Verso para Meninos Perversos (publicados pela Oficina do Livro). Morreu em 1990 mas os seus livros permaneceram – até que o editor inglês, a Puffin, e os herdeiros, decidiram que precisavam de ser “atualizados para os novos tempos”. Uma empresa de “leitores sensíveis”, Inclusive Minds, woke como convém, fez a limpeza: há personagens sem género, deixa de haver gordos e magros, feios e bonitos (ninguém pode ser ofendido), centenas de mudanças retiraram graça aos textos de Dahl, e houve mesmo passagens acrescentadas para tudo ficar mais “inclusivo”. Este é o mundo maravilhoso proporcionado por um editor palerma, por uma família tola e por um grupo de fascistóides moderninhos: mudar um autor depois da sua morte para o adaptar às tolices de hoje. Salman Rushdie chamou-lhe “censura absurda”. Mas já não é absurda; com esta gente, é normal.
Da coluna diária do CM.
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