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É uma nova frente nas “guerras culturais” e o ‘Times’ deu ao assunto largas páginas: escritores não podem escrever sobre personagens, histórias e temas que não fazem parte do seu universo de experiências de “raça”, “género” ou “sexualidade” – ou classe. Isto aconteceu no episódio do Teatro S. Luiz, com o despedimento de um ator “não trans”, e já tinha ocorrido com Marieke Rijneveld (uma boa escritora, infelizmente branca embora não-binária) que foi impedida de traduzir os “poemas” de uma autora negra. Os livros de Philip Roth estão a ser reavaliados porque escreveu sobre um negro quando ele é judeu; Nabokov seria impedido de publicar Lolita; este fascismo cultural é uma coisa séria nos países tolos, mas autores asiáticos ou africanos como Chimamanda N. Adichie ou Kazuo Ishiguro acham a coisa estúpida. Eu, que sou branco, “não posso” escrever sobre coisas asiáticas; nem sobre mulheres ou homens que mudam de sexo. O custo é levar com uma campanha de justiceiros analfabetos e histéricos. Seria uma alegria.
Da coluna diária do CM.
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