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Em 1959, aos 26 anos, Susan Sontag (1933-2004) chegou a Nova Iorque decidida a ocupar um lugar na “vida cultural” da cidade – o que significava ser o centro das atenções, aparecer nos jornais, frequentar os lugares da moda, escrever coisas provocantes, estar com gente famosa, ser alvo de falatórios sobre a sua vida sexual. Conseguiu tudo. Tinha estudado em Chicago, na Califórnia, em Harvard e, depois, na Europa (Oxford e Paris). Era precoce e entrara aos 15 na universidade, passando da literatura à psicanálise, dos clássicos à política, da filosofia ao cinema, interessando-se pela doença e pela fotografia, estabelecendo pontes entre continentes que pouco se comunicavam. Os “estudos culturais” inscreveram o seu nome no Olimpo. Sontag era esquerdista – um vício novaiorquino –, acreditava que a cultura popular merecia tanta atenção como Aristóteles, mas não queria destruir a erudição e sim mudar-lhe as coordenadas. Foi um dos nomes mais influentes do ensaísmo do século XX. Completaria hoje 90 anos.
Da coluna diária do CM.
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