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República da vulgaridade.

por FJV, em 13.01.23

Outro dia escrevi sobre a recusa dos líderes dos três maiores partidos em falar sobre os livros que gostariam que lhes oferecessem no Natal (nenhum, suponho). Nas “redes” houve algumas rezinguices subordinadas ao tema “isso não faz deles piores políticos”. É falso. Thomas Jefferson (1743-1826), que foi o 3.º presidente dos Estados Unidos, tinha 6500 livros. Para a época é monstruoso. Franklin D. Roosevelt (1882-1945) possuía cerca de 15 mil. Mário Soares era um acumulador de livros, mas as bibliotecas de De Gaulle e Mitterrand eram notáveis e estavam lidas. As bibliotecas da Roma imperial devem muito a Júlio César e aos generais que regressaram à capital e queriam prestígio. As bibliotecas notam-se. Quem visitar as páginas dos discursos parlamentares da última década há de registar uma grande pobreza de referências e de gramática, a falta de vocabulário, a má oratória geral e a repetição de palavreado da treta, própria de cabecinhas pobres e sem leitura. É a República entregue à vulgaridade.

Da coluna diária do CM.

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