Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Se houvesse por cá uma televisão pública, talvez já tivéssemos uma série em redor da vida da cantora Luísa Todi (1753-1833), sobre cujo nascimento passam hoje 270 anos. É verdade que há um auditório e uma avenida em Setúbal (onde nasceu) com o seu nome, mas era bom conhecê-la como uma grande figura de romance. Eu escolheria como primeira cena aquela em que a corte tem de passar-lhe uma autorização para cantar em Lisboa (porque as mulheres não o podiam fazer), por ocasião do batizado de D. Teresa, filha do ainda príncipe D. João e de Carlota Joaquina, em 1793. Tudo isto depois de ter sido festejada por toda a Europa, de Madrid e Paris a São Petersburgo (foi para a Rússia a convite de Catarina, a Grande, que fez dela sua íntima durante quatro anos), de toda a Itália à Prússia (onde o rei Frederico Guilherme II lhe abre as portas dos palácios). Ou colocaria Beethoven a ouvi-la, na Alemanha – mas não deixaria que morresse cega e pobre em Lisboa. Para cantar, escolheria os Músicos do Tejo e a bela voz de Joana Seara, que em 2010 gravaram a música cantada por Luísa Todi há 250 anos.
Da coluna diária do CM.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.