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O que vai ficar disto tudo? É a pergunta de Dizzy Gillespie (1917-1993) numa interpretação e versão magníficas de “What is there to stay?”, uma gravação da altura em que o futuro mago do be bop tocava com Cab Calloway (uma história feia de conflitos que terminou com tiros e facadas, mas era o mundo do jazz), com Charlie Parker, e usava temas de Cole Porter, Gershwin, ou mesmo Jerome Kern – tudo diferente daquilo que o distinguiu nos anos futuros, com o seu trompete vibrante e desejoso de ritmos latinos (oiçam “Bopping the Blues” e estamos conversados). Antes disso, o meu período preferido: o de “All the Things You Are” (de Kern & Hammerstein, “Night in Tunisia”, “Alone Together”, “On the Alamo” ou o da sua bela interpretação de “I Waited for You” – onde a voz de Dizzy se aproxima da de um “crooner” poderoso e de coração despedaçado. Mas Dizzy não era um romântico (apesar de ter tocado “I Let a Song Go Out of My Heart”, de Duke Ellington) – ele gostava do trompete como um anúncio de tempestade, o que era um erro, mas era seu. Morreu precisamente há trinta anos, assinalados hoje.
Da coluna diária do CM.
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