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Ao longo de um dia inteiro, as televisões entronizaram Lula como uma espécie de santo dos últimos dias. Foi um mau serviço prestado ao jornalismo, mas talvez ele mereça, por ser um homem de sorte. Sem ser ilibado das acusações que permanecem de pé, e de todas as outras que o têm por cúmplice, Lula regressou; haveria coisas bem piores, como uma vitória de Bolsonaro, que seria aterrorizante. Durante o mandato da figurinha repelente, o Brasil ficou mais inseguro, mais pobre, ignorando a palavra ‘estabilidade’ e, como era previsível, sem uma ideia do que era a decência no palácio presidencial. A história há de ser contada e não é agradável. Mas convém não esquecer que Lula foi o principal responsável pela radicalização que levou Bolsonaro ao Palácio Alvorada: hostilizou metade do país, deixou à solta um bando de salteadores, cortou laços com todos os moderados. Bolsonaro era o seu rival de eleição. A história do Brasil é assim há anos, colecionando oportunidades perdidas – e talvez não pudesse ser de outra maneira. Pessimista como sou, de vez em quando deito o olho para Geraldo Alckmin.
Da coluna diária do CM.
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