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O diário Público pediu aos líderes políticos que indicassem os livros que gostariam de “receber no sapatinho”. É um inquérito tradicional, tal como o dos livros que levam para férias – e vale mais pelo que revelam (a banalidade geral, a dissimulação e a ideia de que os livros sugeridos dizem o que eles gostariam de dizer) do que pelas sugestões propriamente ditas. De qualquer modo, e como de costume, as melhores escolhas foram as do líder da Iniciativa Liberal e do Livre; os comandantes do PS, do PSD e do Chega nem sequer responderam. Quando jornalista, fiz muitos destes inquéritos; nos anos 80, 90 e 2000 as suas respostas eram importantes e decididas “ao mais alto nível” (ainda me recordo das negociações de um candidato presidencial que queria substituir um Aquilino pela Bíblia). O facto de os líderes dos três principais partidos portugueses nem sequer terem respondido diz muito sobre a mensagem que desejam passar ao eleitorado e sobre o que julgam relevante, ou não, na sua imagem pública. Uma cultura do espetáculo disputada por iletrados e indiferentes – é um belo resumo.
Da coluna diária do CM.
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