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Que os adolescentes portugueses achem aborrecidas as matérias escolares não me surpreende – foram adultos aborrecidos por uma mentalidade burocrática que elaboraram, metodicamente e com muito sofrimento, programas escolares que muitas vezes nem eles entendem e que, para cúmulo, são depois sintetizados em “aprendizagens essenciais” ainda mais estéreis. Só de ver a abordagem da literatura e da história dá vontade de chorar. Mas as conclusões do estudo patrocinado pela Organização Mundial de Saúde dizem-nos também que os nossos adolescentes estão mais tristes e se sentem mais infelizes, que perderam “capacidades socioemocionais” com a pandemia e que gostam pouco da escola. As estatísticas são poderosas e vingativas; não querem dizer que os adolescentes “têm razão”; quer dizer que têm queixas, e algumas delas justificadas. A resposta vulgar a estas queixas e inquietações é ser demasiado “compreensivo” e tratá-los como crianças em défice cognitivo. Pelo contrário, devemos ser mais exigentes e tratá-los como mais adultos, o que significa criar hábitos de trabalho e responsabilidade.
Da coluna diária do CM.
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