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A descrição da batalha de Borodino (que ocorreu a 7 de setembro de 1812), o maior dos confrontos entre o exército russo e os invasores franceses comandados por Napoleão Bonaparte, teve direito a uma das grandes passagens de Guerra e Paz, o romance de Lev Tolstoi. No livro, o nosso olhar é o de Pierre Bezukhov, que primeiro observa a batalha e depois acaba a participar nela, em pleno combate. Borodino (um dos momentos mais sangrentos da campanha, eternizado na música de Tchaikovsky) foi a prova de que o exército de Bonaparte não era invencível. Três meses depois, apesar de terem tomado Moscovo, os franceses abandonam a Rússia a 14 de dezembro, derrotados e humilhados – passam hoje 210 anos sobre a data. O ambiente e os dramas de Guerra e Paz não se repetem por mais que forcemos a realidade (apesar da história de Pierre e Natasha), mas a efeméride recorda a invasão da Ucrânia por um exército considerado invencível na região. Ou talvez o “nacionalismo romântico russo” tenha mudado de lugar e sido ocupado pelo velho imperialismo decadente de um Putin tão vencido como Napoleão.
Da coluna diária do CM.
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