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Nenhum dos bons militantes se colou ao chão de uma avenida, ou apedrejou uma embaixada da República Islâmica do Irão, ou atirou legumes a uma imagem de Ali Hosseini Khamenei, ou ocupou sequer um jardinzinho diante de qualquer representação diplomática iraniana, ou queimou uma bandeira do Irão – a execução de Mohsen Shekari, 23 anos, empregado de café em Teerão, foi a 8 de dezembro, na passada quinta-feira, dois meses e meio depois de ter sido preso. Foram já condenados à morte outros jovens detidos depois do começo dos protestos no Irão, e a mão pesada da ditadura teocrática não esconde que cumprirá essas condenações, todas elas obtusas e ao arrepio das normas internacionais. O leitor encontrará informação sobre isto em qualquer lugar; depois de passado o ruído do campeonato do Qatar, a vida e a morte continuam nas ruas de Teerão. Fui à procura de indignação sobre os processos e as condenações, mas está tudo a aguardar a próxima manifestação contra Israel, as alterações climáticas, os fósseis e, por assim dizer, pela linguagem inclusiva e pelo respeito por Cristiano Ronaldo.
Da coluna diária do CM.
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