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O 1.º de Dezembro de pantufas.

por FJV, em 01.12.22

Restauração da Independência – Wikipédia, a enciclopédia livre

«Aclamação de D. João IV como rei de Portugal», de Veloso Salgado. Um pintor espanhol, naturalmente.

Vamos lá. O 1.º de Dezembro é um feriado ligeiramente estapafúrdio que se celebra desde 1823, quando o senhor D. João VI mandou fazer um baile comemorativo. A única coisa que me diverte é recuar à infância, quando o 1.º de Dezembro era o dia de celebrar a morte de Miguel de Vasconcelos, a conspiração “dos conjurados” e a prisão da senhora Duquesa de Mântua – e, portanto, de dizer mal dos espanhóis, que era a parte gaiteira, digamos. Ora, eu cresci praticamente bilingue, com gosto pela velha Espanha e com uma admiração tão circunspecta como vadia por Filipe II e IV (os nossos I e III) que, por cá, mantiveram as coisas como puderam. Hoje, ninguém no seu perfeito juízo fala de ocupação espanhola entre 1580 e 1640, período em que tivemos reis estrangeiros, mas sem grandes problemas de legitimidade. Não tenho vergonha nenhuma: quando vou a Madrid e faço a visita obrigatória ao Museu do Prado, olho com certa melancolia para os quadros de Velázquez, Goya, El Greco ou Sánchez Coello. Limito-me a não querer nenhuma união ibérica, mas a querer Espanha bem perto, para poder sonhar com o passado.

Da coluna diária do CM.

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