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Por que razão o mais duradouro dos impérios – tirando o flutuante império chinês – suscitou tanto interesse, desejo, imitação, julgamentos e preocupação? Edward Gibbon dedicou-lhe o formidável, História do Declínio e Queda do Império Romano, que serve para nos olharmos ao espelho e vermos como a semente da destruição nos acompanha em todos os ciclos da história. Os otomanos, quando tomaram Constantinopla, assumiram a continuidade do império romano (agora designado “do Oriente”), mas também os alemães, os austro-húngaros, os russos e mesmo os americanos tentaram reproduzir a grandeza e os artifícios de Roma. Num livro maravilhoso, Doze Césares (Editorial Presença), a historiadora Mary Beard faz desfilar doze imperadores, de Júlio César a Domiciano, passando por Cláudio, Calígula, Nero, Tito ou Vespasiano, gente que há dois mil anos cometeu atos de bravura, heroísmo, indignidade, vilania, sabedoria e tirania – e mostra como eles foram admirados e odiados para lá da vida do Império. É uma monumental lição de história viva, elegante e sábia, cheia de humor e de erudição. Não o percam.
Da coluna diária do CM.
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