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A ideia de que Portugal é um país “sexy e apetitoso”, bom para “pernoitar entre nós” (a classificação foi anunciada durante a Web Summit pela Secretária de Estado do Turismo), serve de aperitivo para que, depois dos “vistos Gold”, Portugal se abra aos vistos para “nómadas digitais”, que terão vantagens apreciáveis – por comparação com a restante população indígena. Bem vistas as coisas, quem não quer ser “nómada digital”? Um regime fiscal muito mais favorável, um trabalho que deixa tempo livre para fazer surf e aproveitar os 300 dias de sol por ano, melhores condições financeiras quando se trata de alugar ou comprar casa (porque os salários – os “do estrangeiro” – são incomparáveis) e um estatuto francamente invejável: o de “pernoitar entre nós” como um turista que tanto trabalha no Bairro Alto como numa varanda de um hotel em Bali ou num “alojamento sustentável” de Tavira, aproveitando a variação dos preços, do custo de vida e dos eventuais “ajuntamentos de unicórnios”. O problema é quando os nómadas levantam o acampamento, deixando um pequeno – ou grande – rasto de devastação.
Da coluna diária do CM.
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