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Ontem à tarde, comentando a notícia – que acabava de concluir o noticiário das cinco da tarde –, sobre a tentativa de vandalizar o quadro Rapariga de Brinco de Pérola, de Johannes Vermeer (1632-1675), uma locutora da Rádio Renascença anunciou que em tempos já teve opinião contrária, mas que agora “acha bem” que os “ativistas” ataquem obras de arte nos museus. O argumento é sincero: assim, talvez os poderosos (suponho que se refira a eles, e não a nós, comuns mortais) se sensibilizem para as questões ambientais, passando a ser aceitável qualquer tipo de chantagem. Acontece que os poderosos não precisam de Vermeer (pintor dos pintores), nem de Da Vinci, Van Gogh, Constable, Turner ou Monet, cujas obras têm sido vandalizadas. Nós, pelo contrário, precisamos. Um mundo em que obras e sinais de beleza ou eternidade não estão a salvo é um mundo em si mesmo vandalizado. Just Stop Oil – o lema dos vândalos – é uma mensagem benévola, mas estúpida. Seja como for, proponho que os “ativistas” se dirijam ao estúdio da RR e exerçam a sua criatividade como melhor entenderem. O planeta agradece.
Da coluna diária do CM.
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