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Cinquenta anos depois da morte de Sylvia Plath (1932-1963), os seus diários poderiam ser finalmente publicados, segundo vontade do marido, o poeta Ted Hughes (1930-1998). Porém, acabaram por ser publicados em 2000 – são extremamente pessoais, íntimos, e foram extirpados dos derradeiros anos, quando Plath percorria a via-sacra do casamento com Hughes (um dos melhores poetas ingleses do século XX), dos anti-depressivos, do nascimento dos filhos e da antevisão do que viria a ser a sua despedida, na fria madrugada londrina de 11 de fevereiro de 1963: um suicídio triste, sofrido e cheio de alertas. A Campânula de Vidro (Relógio d’Água), publicado um mês antes da sua morte, é um romance ainda mais pessoal e íntimo do que as páginas do diário. Mas nada supera, em força devastadora e operação melancólica, os seus poemas (uma estreia em 1961, com Colossus & Other Poems, antes da publicação póstuma de Ariel e de Crossing the Water). O resto são minudências. Hoje, Sylvia Plath, que foi sempre demasiado bela e demasiado frágil, assinalaria 90 anos. É um emblema do século que passou.
Da coluna diária do CM.
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