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Redes sociais.

por FJV, em 20.10.22

Tal como hoje lemos com algum espanto as narrativas sobre o fim do mundo na Alta Idade Média, há mais de mil anos, os historiadores de daqui a duzentos ou trezentos anos irão dedicar algum espaço às “redes sociais” do início do século XXI. Não porque sejam fontes essenciais, mas porque permitirão avaliar até que ponto as turbulências deste período se irão assemelhar a outras épocas de crise. É esse o motivo que me leva a ler as páginas de Declínio e Queda do Império Romano, de Edward Gibbon (1737-1794), por exemplo. Mas o que torna a coisa apaixonante é a proliferação de “contas paródia” nas “redes sociais”, sobretudo no Twitter; são contas falsas que exageram os tiques ideológicos mais em voga, da esquerda à direita. Muitos leitores acham-nas tão prováveis e tão imbecis que caem na esparrela e tomam-nas por verdadeiras. O que elas defendem é geralmente absurdo, radical, insensato e cómico – mas as “guerras culturais” andam de tal forma ridículas, que algumas podem ser tomadas a sério. Eu defendo a sua proliferação, nem que seja para fazer rir os historiadores do futuro.

Da coluna diária do CM.

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