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Houve um tempo em que, na literatura, cinema ou edição, mas também no jornalismo, nas escolas de ciências, economia e humanidades, por exemplo, podíamos falar de uma “geração de prata do catolicismo”. Ruy Belo falou dela, com ironia e desilusão, convencido de que estava no seu termo: “Nós os vencidos do catolicismo/ que não sabemos já donde a luz mana…” Com ele, havia também Alçada, Bénard da Costa, Luís Archer e muitos outros: um escol de economistas preocupados, de teólogos silenciados (como José Augusto Mourão), ou historiadores da igreja, como o patriarca Manuel Clemente. O silêncio (ou a desilusão) que se seguiu levou muitos a abandonar o catolicismo. O resumo do que ficou pode ser a arquitetura de Fátima, tão feia como funesta – e a ação missionária, a elogiar. Pessoas como Manuel Clemente, José Azevedo, Bento Domingues ou Tolentino Mendonça ou estão na hierarquia ou exilados pelo tempo. Talvez esta crise seja a oportunidade para católicos de raiz (e não os amigos de classe da hierarquia do anterior regime) voltarem a ter voz e assinarem com o seu nome as inquietações do tempo.
Da coluna diária do CM.
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