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Passam amanhã 100 anos sobre o nascimento de Agustina Bessa-Luís (1922-2009). Foi a voz mais rebelde da literatura portuguesa de todo o século XX sem ter necessidade de o anunciar uma única vez, de tal modo destoa do romance que lhe foi contemporâneo. Avessa ao consenso, sempre surpreendente (a cada leitura descubro novas armadilhas e sombras que estendeu com perversidade), fugindo das soluções e das ideias mais correntes, mais dominantes e mais fáceis, Agustina leu Portugal melhor do que ninguém. Nos seus livros, somos peregrinos no caminho das paisagens, das cidades e das almas que fazem perguntas. Alguns dos seus romances, como Meninos de Ouro (1983), A Corte do Norte (1987), As Pessoas Felizes (1975), O Mosteiro (1980) ou A Sibila (1954), fazem parte da grande biblioteca da nossa língua – não porque a linguagem a preocupa, mas porque nos interroga e nos faz herdeiros dos grandes autores e visitas em trânsito de histórias que só ela teve a originalidade de tratar. Biógrafa, romancista, historiadora por empréstimo, Agustina deixou nos seus leitores uma marca de beleza e inteligência.
Da coluna diária do CM.
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