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Aqui está, pois, o 5 de Outubro, um momento tão festejado na liturgia das efemérides. Não nos basta o 10 de Junho, festa que celebra a união simbólica dos portugueses, e o 25 de Abril, data fundadora do regime democrático – é necessário ainda festejar o 1.º de Dezembro, para assinalar a separação da coroa espanhola, e o 5 de Outubro, que comemora a República, um regime que durou pouco mas que deixou duas ou três instituições duradouras, entre muitas patifarias e uma história turbulenta. Em O Poder e o Povo: a revolução de 1910, sua tese de doutoramento em Oxford, Vasco Pulido Valente desmonta meio século de propaganda da República como regime cordato, democrático, avançado e próspero. Pelo contrário, foi violento, em guerra civil quase permanente, dominado pelas oligarquias, reacionário – e que transportou o país às portas da pobreza. Resta, ao 5 de Outubro, ser esse momento de viragem por ter cessado a vida da monarquia; infelizmente, os atuais casos de corrupção e abuso de poder contrariam a lógica de qualquer ética republicana. Espero que falem disso nos discursos de hoje.
Da coluna diária do CM.
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