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O espaço público

por FJV, em 30.09.22

Devolver o território aos comboios é um passo importante; sem eles, o país é um desastre ambulante. Seria importante que, a par da nova linha Porto-Lisboa (anunciada por Pedro Nuno Santos), pudéssemos, um dia, assinalar que volta a ser possível viajar em comboios decentes pelo interior – em linhas que construíram a nossa geografia, a nossa memória e a nossa paisagem, ao longo dos rios, desenhando contornos nas montanhas. O regresso do comboio faz mais pelo ambiente do que dezenas de parvoíces para alegrar ginastas de ocasião que cavalgam trotinetas. Outra boa notícia foi a retirada dos ‘outdoors’ da praça do Marquês de Pombal (decidida por Carlos Moedas); os partidos políticos consideram que têm acesso livre e incondicional ao espaço público e que as suas tralhas devem ficar penduradas por tempo indefinido. Não é verdade. A defesa da paisagem urbana, tão desmazelada pela falta de árvores, de jardins (e de bancos de rua, volto a insistir) e de limpeza, teve aqui um combate importante, que devia ser seguido por outras autarquias. Só falta Lisboa limpa, e comboios e estações limpos.

Da coluna diária do CM.

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