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Ao longo dos últimos dez dias, a generalidade das televisões portuguesas (mesmo os canais mais moralistas) arrastou-se penosamente pelas ruas de Londres para fazer a cobertura das homenagens a Isabel II e imagino que ontem tenha sido a apoteose das transmissões em direto – não vi. Não porque não admirasse Isabel II, mas porque há um limite para a tolice funerária que tomou conta das televisões, exultantes com o tamanho das filas e com o horário dos protocolos, repetidos até à exaustão. Finalmente, a rainha pode descansar em paz e nós reconduzidos a algum recato. Ela foi uma exceção de sensatez, sacrifício e dever no meio de um bando de linhas sucessórias mimadas e sem o sentido da “gravitas” que lhes exigia a sua condição. Grande parte da sua família – creio que com exceção de William – comportou-se como alimento para mexericos, exibindo caprichos de seres mimados, bons para Hollywood mas péssimos para uma monarquia respeitável. Só ela percebeu que Buckingham não podia ser um festim para as primeiras páginas dos jornais e, ao invés, devia ser o lugar mais solene do Reino Unido.
Da coluna diária do CM.
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