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Aguiar e Silva.

por FJV, em 13.09.22

Noutra vida qualquer, quando pensei em preparar o doutoramento, a primeira pessoa com quem falei foi Vítor Manuel de Aguiar e Silva (1939-2022), cuja Teoria da Literatura acompanhou os meus anos de estudante como uma referência indispensável e um repositório do melhor sobre a matéria – tal como os seus estudos sobre o barroco. Mais tarde, Aguiar e Silva, já na Universidade do Minho, regressou a Camões, a quem dedicou a organização de um dicionário de mil páginas, e um belo Camões, Labirintos e Fascínios. Em 2010 tinha publicado um premonitório livro de combate, As Humanidades, os Estudos Culturais, o Ensino da Literatura e a Política da Língua, antes de um melancólico Colheita de Inverno, páginas de crítica e leitura, pouco antes de receber o Prémio Camões, há dois anos. Era um humanista amável e solene, um dos últimos representantes de uma escola de seriedade que hoje infelizmente se despreza, um estudioso e erudito que marcou a vida das letras e da universidade. Com a sua morte, ontem, perdeu-se um homem discreto cuja obra não podemos ignorar nem esquecer.

Da coluna diária do CM.

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