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O Lixo na Minha Cabeça.

por FJV, em 07.09.22

O que é mais fascinante nos desenhos de Hugo Van der Ding é que os textos que os acompanham não poderiam dar-nos tanta vontade de rir se não fossem acompanhados pelos desenhos de Hugo Van der Ding. Estão agora antologiados e reunidos num volume intitulado O Lixo na Minha Cabeça (Oficina do Livro) e são geniais. O resto é bastante: um humor corrosivo (é o mínimo que se pode dizer), mau, perverso, fútil, justíssimo, desagradável, malévolo, malcriado, enternecedor, em redor de personagens que modelam a nossa “vida moderna” e falam em nosso nome quando estamos na plena posse das nossas piores faculdades – como as extraordinárias psicanalista Juliana Saavedra e farmacêutica Madalena, as Duas Amigas, a Dra. Messalina, a velhinha moderna Celeste da Encarnação, ou A Mulher que Gritava Coisas Durante o Orgasmo. O mundo podia ser muito diferente sem a maldade destas personagens – mas seria artificial e pomposo. As pessoas demasiado agradáveis são aborrecidas e metem demasiado; Hugo Van der Ding desenha as suas personagens como um trituradores de bons sentimentos. É muito, muito bom.

Da coluna diária do CM.

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