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Não é por Tomar, onde existe o Museu Abraão Zacuto, que devemos começar – mas por Leiria, onde em 1496 se imprimiu o seu Almanach perpetuum, (Almanaque Perpétuo dos Movimentos Celestes, título latino), instrumento fundamental para as navegações da época. Antes disso, o almanaque fora escrito em hebraico e as suas tabelas astronómicas terão servido a Vasco da Gama para, na viagem de 1497, enfrentar os mares até à Índia. Recuemos a Salamanca, 1452, data do nascimento do autor, Abraão Zacuto, que aí estudou astronomia depois de passar pelo filtro tradicional da erudição judaica: a Bíblia, o Talmude e a Cabala. A origem dos Zacuto é francesa; foi de lá que fugiram para Espanha; e foi de Espanha que fugiram para Portugal depois do decreto de expulsão dos judeus em 1492. Abraão, que já ensinara em várias universidades, foi astrónomo de D. João II e seria também de D. Manuel – que expulsa os judeus em 1496; Zacuto vai para Tunes e, de lá, para Jerusalém e Damasco, onde morre em 1515. Passam hoje 570 anos sobre o nascimento de Abraão Zacuto. Expulsamos demasiada gente que nos fez falta.
Da coluna diária do CM.
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