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Em agosto, os políticos vão de férias e “aproveitam o tempo” para ler alguns livros (que não leem durante o ano) de que dão público conhecimento para saibamos como são “os seus interesses”, as suas “preocupações” e o nível do seu “endividamento cultural”. Lembrei-me disso porque vi as listas de leitura de alguns deles (no Público), cheias de atualidade ou de virtude – e porque ontem passavam 10 anos sobre a morte de Gore Vidal, um dos grandes autores americanos do final do século XX (os outros são Updike, Bellow, e talvez Roth e Mailer). As duas coisas não têm ligação; Gore Vidal (1925-2012) é puro génio, elegância e pontaria, autor de um ciclo de sete romances (Narrativas do Império) que é bom ler para compreender a América, mas também de Juliano e Myra Breckinridge, e de alguns ensaios luminosos. Já as escolhas dos nossos políticos são o que são – ou sinceras ou música de baile, mas não os ajudarão muito. Vidal, cáustico, e pessimista, via o mundo repleto de lixo, barbárie e vulgaridade, assistindo ao fim de uma civilização; infelizmente, tinha razão. São os dois caminhos.
Da coluna diária do CM.
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