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A invasão da Ucrânia despertou algum interesse pela história, mas foi sol de pouca dura. O ensino público europeu dá cada vez menos espaço ao estudo da história. É um erro grave – e o resultado do sentimento de culpa insuflado hoje em dia no ocidente, que vive da retórica anti-imperial e onde a regra é a de pedir desculpa pelo passado.Uma suposta “nova ordem internacional” assenta na forma como se interpretam as heranças dos vários impérios, a começar pela violência da Rússia dos Romanov (1613-1917) e dos sovietes (1917-1986), mas também pelo da dinastia Qin (221 a.C-206 a.C) à Qing na China (1644-1912), pelo da ambição otomana de Erdogan (1299-1922) ou na dos domínios persas em torno do Irão (do Líbano ao Afeganistão) ou na Índia. Estas coisas aprendem-se no contacto com a história, que também ensina que a União Europeia agrupa antigos impérios (do de Carlos Magno aos Habsburgos ou à Prússia, por exemplo). A questão é distinguir-se a ordem imperial de outrora e a geografia da memória. Se o ocidente abdica da memória porque ela não está conforme às ideias de hoje, daqui a pouco não terá passado nem futuro.
Da coluna diária do CM.
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