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É evidente que uma reforma da floresta não muda o destino dos incêndios. Muda-o, sim, enquanto se aceitar viver no mundo da propaganda. Quando as dores de Pedrógão ainda não tinham sido pacificadas (porque nunca desaparecerão), um ministro anunciou a maior reforma da floresta desde D. Dinis. Convém não o esquecer. Não é por embirração, teimosia, obsessão – como a generalidade dos portugueses cordatos pensa. É, sobretudo, porque não devemos autorizar que ninguém nos minta, aldrabe, menospreze ou ofenda – com a nossa concordância. O ministro da Agricultura de então anunciou a maior reforma da floresta desde D. Dinis. Não uma, mas duas vezes – no local onde plantou umas árvores comemorativas, e num jornal onde perorou sobre a sua reforma da floresta. As árvores comemorativas, já agora, secaram pouco tempo depois e nunca mais as televisões se interessaram por elas. Estou à espera que se exija uma reforma da floresta. Não tardará. Primeiro, virá o desejo de um belo “estado de calamidade”, porque se habituaram presidir e a governar em emergências. Quem quer morar aqui, no meio da propaganda?
Da coluna diária do CM.
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