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Uma jovem relativamente analfabeta escreveu um artigo na Folha de São Paulo sobre a Bienal do Livro que, este ano, é dedicada a Portugal; a tese, relativamente simples, é a de que a delegação de escritores portugueses é sobretudo composta de autores brancos, o que é uma ofensa no ano em que se assinala o bicentenário da independência do Brasil. Boa sorte. Mesmo os autores não-europeus que estão presentes nesse grupo (o timorense Luís Cardoso, o angolano Kalaf Epalanga e a moçambicana Paulina Chiziane) são uma espécie de idiotas úteis que acompanham a “delegação colonialista” portuguesa. Adiante. No Brasil, na moderna esquerda inteletual, que esmaga a agenda social num país onde a miséria ameça ser endémica, a propaganda “woke” marca estes debates em que são criticadas as “homenagens” (porque se deveria dizer “feminagens”), o uso de “denegrir” ou de “clarificar” (porque usam os radicais “negro” ou “claro”). Esta ignorância supina é uma vaga de espuma suja e histérica, coroada pelo ressentimento e por mais ignorância. É uma pena. Cometemos o pecado de sermos pálidos, velhos e cordatos.
Da coluna diária do CM.
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