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Famalicão.

por FJV, em 07.07.22

Volto à questão de ontem (para colocar um ponto no i), a das crianças de Famalicão que o Ministério Público queria entregar à direção da escola, a fim de frequentarem as aulas de Cidadania. Não está em causa a existência dessas aulas, mas parece que o MP encontra sérios perigos “impingidos” pelos pais (que têm um feitio “contumaz”) aos filhos – e que os estaria a prejudicar gravemente; os relatórios existentes não dizem isso. É a opinião (insisto: opinião) do MP, que interpreta a lei e introduz ademanes de linguagem para percebermos qual a sua posição. Evidentemente que há aqui um problema de sensatez, como escrevi ontem – e essa falta de sensatez reduz tudo a trincheiras. Primeiro, os pais criaram um reduto final do qual não sairão com felicidade; depois, noto o feitio português na reação à proposta do MP: alegria pela imposição, pela coerção e pelo castigo iminente. A falta de apego à liberdade – e às suas consequências – é uma das memórias mais confrangedoras da tradição portuguesa e na sua adoração infinita pelo poder do Estado, a quem se atribuem poderes divinos. É a vida.

Da coluna diária do CM.

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