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Sim, Gerrit Komrij é pouco conhecido – e hoje ainda mais, porque passam 10 anos sobre a sua morte – mas não faz mal se falarmos de um dos grandes autores europeus, um dos grandes holandeses (foi poeta laureado entre 2000 e 2004). As suas cinzas repousam em Portugal, Vila Pouca da Beira, Oliveira do Hospital, onde viveu os últimos anos, até 2012; mas a sua paixão portuguesa é anterior, vem de 1984, quando veio de Amesterdão para se fixar em Trás-os-Montes, a que dedicou um romance malvado, Atrás dos Montes (1990). Gerrit Komrij (1944-2012), poeta, ficcionista, ensaísta, jornalista, era holandês puro, com defeitos e virtudes que nunca largou, mesmo tendo vivido tanto tempo em Portugal (cujos defeitos, já agora, notou bem no divertido e curto Um Almoço de Negócios em Sintra, ). Recordo-o sobretudo à mesa e através dos seus poemas, que são de uma limpidez amarga, cínica, furiosa e melancólica (a alma da boa poesia), traduzidos para a nossa língua por Fernando Venâncio: “Versos magoam, a folha angustia./ Dão guinadas no corpo, infernais./ É o teu mal: leste poemas a mais.» Grande.
Da coluna diária do CM.
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